Aprendendo a voar
por Alvaro Gomes
Certo dia, um filhote de passarinho que ao cair do seu ninho, desesperou-se por se ver fora do lugar que até então lhe trazia tanta segurança.
Ele olhava para o alto na esperança de que sua mãe o visse e fosse ao seu encontro.
Em seu subconsciente ele sabia que mesmo que ela fosse não conseguiria carregá-lo. Além do fato de naquele momento ela não estar no ninho.
Suas lembranças lhe trouxeram a imagem de sua mãe batendo as asas e ganhando o céu. Foi então que percebeu que também possuía asas, e que se ele aprendesse como usá-las, conseguiria subir de volta.
Inconscientemente ele sentia a necessidade de estar seguro e protegido. Sensações que o aconchego do ninho lhe trazia.
Não estava acostumado com tanto espaço, e nem sabia o que fazer com tanto.
Timidamente ele bateu suas asas, olhou em direção ao ninho, e focou aonde queria chegar, mas ele se quer saiu do chão.
Percebeu que faltava algo, talvez um impulso. Tentou pela segunda vez, e dessa vez subiu em torno de um metro, mas caiu novamente.
Algo estava errado, talvez a velocidade em que batia suas asas. Começou a batê-las mais rápido. Tentou uma terceira vez, e dessa vez chegou ao ninho.
Pronto! Estava seguro novamente.
Minutos subsequentes, e algo parecia estar errado. Não se sentia mais seguro, se sentia aprisionado.
Percebeu que o mais importante não foi ter voltado até o ninho, mas sim,
“ter aprendido a voar”