C H A - Onde se aplica?

por Alvaro Gomes

 

         Sempre que falamos em gestão por competências, três palavrinhas mágicas surgem em nossa mente.

 

         São elas:

 

                                              Conhecimento = C

                                                 Habilidade = H

                                                     Atitude = A

 

                                                        C H A

 

          O conhecimento “C” refere-se ao saber, ou seja, todo conhecimento adquirido no decorrer da vida, nas escolas, universidades, cursos etc.

 

          A habilidade “H” refere-se ao saber fazer, ou seja, todo conhecimento que praticamos aperfeiçoados à habilidade.

 

          A atitude “A” refere-se ao querer fazer, ou seja, comportamentos que temos diante de situações do nosso cotidiano e das tarefas que desenvolvemos no nosso dia-a-dia.

 

          Aprendemos que dentre essas três competências duas se sobressaem e a terceira é sempre citada como sendo a menos importante. A habilidade.

 

          Dizemos ser a habilidade porque ela é algo que se desenvolve na prática.

 

          Se você for colocado para realizar uma tarefa pela primeira vez, é óbvio que irá encontrar um certo grau de dificuldade. O que por sua vez tende a melhorar conforme a prática que você começa a adquirir, e isso provêm da própria natureza humana.

 

         “De tanto você colocar a comida na boca de um bebê, uma hora ele irá tomar a colher de sua mão e o fará sozinho”.

 

          Mas saber fazer não significa necessariamente que você “queira fazer”. Há sempre um fator comportamental que implicará diretamente no bom desempenho de qualquer ação ou tarefa a ser realizada.

 

          Querer fazer é ter “atitude”. Ter espírito cooperativo, ser proativo e produtivo.

 

          O conhecimento e a atitude são características pertinentes ao próprio indivíduo.

 

          Quando você analisa o currículo de algum candidato e direciona sua atenção aos conhecimentos adquiridos por sua formação acadêmica ou pelos cursos que ele procurou fazer em busca de aperfeiçoar-se para o mercado de trabalho, isso também é uma forma de avaliar a sua atitude, porque ninguém busca o conhecimento se não estiver realmente comprometido com algo que ele queira muito desenvolver.

 

          A atitude e o conhecimento se completam. Um é combustível para o outro.

 

          Eles também dão uma visão de futuro. De tudo que um candidato pode vir a fazer pela empresa. Da vontade que ele tem de crescer profissionalmente e simultaneamente colaborar de forma efetiva para que ela também cresça. 

 

          Já a habilidade nos dá somente uma visão de passado. De tudo aquilo que o candidato fez e sabe como fazer. Porém, isso não garante que seu desempenho seja de fato satisfatório e que atenda totalmente as expectativas de seu empregador.

 

          Para os especialistas em treinamento e desenvolvimento pessoal, alguém que tenha como características principais o conhecimento e a atitude, tende a trazer melhores resultados do que alguém que tenha como principal característica a habilidade.

 

          Mas qual é de fato a visão que a maioria dos recrutadores buscam ter ao analisar o currículo de um candidato? A visão de futuro ou a visão de passado?

 

          O correto seria buscar ambas, mas é claro que eles buscam sempre uma visão de passado. Ou possui experiência ou não possui experiência. Simples assim.

 

          Se a habilidade é algo que se adquire, que se aprende, que se desenvolve na prática, por qual razão as empresas fazem tanta questão de a colocarem como prioridade na contratação de um indivíduo.

 

          Muitas vezes ela não se dá conta que tem nas mãos alguém que estudou, que se preparou, que fez diversos cursos para exercer uma função e que busca uma primeira oportunidade, para ficar com outra que nem teve tanto preparo, mas, devido a ter uma experiência  anterior que muitas vezes nem chega a ser tão atrativa, acaba ficando com a vaga.

 

          Pode ser que sua experiência anterior lhe resultou um insucesso que o colocou novamente disponível no mercado de trabalho.

 

          De fato, contratar alguém é dar um tiro no escuro e torcer para que esse tiro acerte o alvo.

 

          Você pode, por exemplo, contratar Adolf Hitler devido a sua experiência em gerenciar pessoas e dispensar Martin Luther King recém saído da universidade.

 

          Priorizar a experiência mostra a incapacidade que uma empresa possui em desenvolver um profissional. Além de demonstrar a sua falta de interesse no desenvolvimento humano.

 

          Se Jesus cristo ao escolher seus seguidores priorizasse a experiência, Pedro e os outros jamais teriam tido a oportunidade de evangelizarem o mundo.

 

          É essa visão de futuro, essa capacidade de enxergar o potencial de um ser humano que possibilita a formação de uma equipe de sucesso.

 

          Ter experiência “habilidade” de fato é importante. Mas sem o saber “Conhecimento” e sem o querer fazer “Atitude” estaremos abrindo mão do que é mais relevante no perfil de um profissional;

 

                                     “A produtividade e a proatividade”.