Motivação
Abade Faria: Tive a impressão de que estava cavando na direção da parede externa. Sou prisioneiro no castelo de If há exatos onze anos, segundo os quais foram gastos cavando este túnel.
Só existem duas formas de chegar à parede externa e finalmente ao mar. Eu só escolhi a direção errada. Agora que somos em dois, poderíamos então cavar na direção oposta. E juntos faríamos isso em digamos “oito anos”.
Edmond Dantès: O senhor só deve estar brincando! Oito anos?
Abade Faria: Está ocupado em outro projeto? Alguma tarefa urgente talvez? Mas em troca de sua ajuda, ofereço-lhe algo inestimável!
Edmond Dantès: Minha liberdade?
Abade Faria: Não! Liberdade pode ser tirada como bem sabe. Ofereço-lhe conhecimento! Tudo que eu aprendi eu lhe ensinarei. Economia, matemática, filosofia, ciência...
Edmond Dantès: Ler e a escrever?
Abade Faria: É claro.
(Trecho retirado da obra: “O conde de Monte Cristo” de Alexandre Dumas).
por Alvaro Gomes
Quando estabelecemos uma meta e traçamos um objetivo em nossas vidas, imaginamos um ponto de partida e o tempo estimado para conseguirmos cumprir com nossos planos.
A verdade é que queremos que as coisas aconteçam rápido demais. Não estamos dispostos a encarar o tempo e as lições que ele nos traz em pró do nosso amadurecimento.
Talvez o nosso otimismo e a nossa confiança tenham um prazo de validade e estraguem como se fossem um alimento perecível.
Somos treinados a acreditar no “Tarde demais!”. Escravos da ansiedade, do desânimo e da descrença.
Mas a história já nos mostra que batalhas se ganham e se perdem em um dia, mas não uma guerra. Ela por sua vez, leva anos para chegar ao fim. E assim como uma guerra, assim também é a nossa vida, repleta de batalhas. Muitas nós vencemos e muitas nós perdemos, e erramos! Sempre que direcionamos nossa atenção somente nas derrotas e nunca nas vitórias. E erramos ainda mais! Justamente por focarmos nas batalhas perdidas, e esquecermos que ainda existe uma guerra a ser vencida.
Se você de repente conseguisse prever o futuro e descobrisse que o seu maior objetivo iria se realizar em questão de meses, qual seria a sua motivação?
E se ao invés de meses você descobrisse que o maior de seus objetivos só iria se concretizar em oito anos? O que você faria? Desistiria? Mudaria os seus planos?
Quando, por exemplo, iniciamos uma graduação, sabemos que teremos alguns anos pela frente de estudos e desafios, e nos comprometemos, pois, sabemos que é o conhecimento que nos leva a novos patamares.
Também assim que iniciamos, nos projetamos e imaginamos como estaremos ao final do curso. Se já estaremos promovidos em nossos empregos, se estaremos em outros empregos, enfim. O que importa é que acreditamos em algo melhor para nossas vidas, caso contrário, qual seria a razão de tamanho sacrifício?
Mas o problema é que conseguimos projetar somente um resultado “positivo”, e quando nos formamos, nos frustramos se não nos vemos nas condições as quais havíamos imaginado no começo. E assim também como muitas outras coisas na vida, porém, precisamos entender que estabelecer uma meta, traçar um objetivo, nem sempre se trata de uma linha reta. Que sempre haverá escolhas a serem feitas e caminhos a serem percorridos. E é justamente nesses caminhos que se encontra a maior riqueza que o ser humano pode adquirir em sua vida,
O “CONHECIMENTO”.