“PODER” Ou você usa para o bem, ou usa para o mau. Mas usa!
por Álvaro Gomes
Em algum momento de nossas vidas já ouvimos alguém dizer que para que possamos conhecer alguém verdadeiramente em sua essência, basta apenas lhe conceder um pouco de poder. Mas qual seria esse poder? Óbvio que não estamos falando de super poderes como o de ler pensamentos, mover metais, ou o de lançar teias de aranha, mas sim, de um poder que achamos exercer sobre os outros por decorrência de um cargo, ou de qualquer condição que faz com que nos sintamos superiores as demais pessoas que compartilham do nosso convívio.
Mas falando em super poderes, compartilho uma curiosidade que praticamente todas as histórias de super-heróis trazem em comum, que é a dos sermões que os mesmos obtêm de seus familiares, guias ou mentores sobre os cuidados que se deve ter com as outras pessoas para que elas não se assustem ou mesmo os repudiem por causa dos seus super poderes.
Na história do Super-homem, por exemplo, há um trecho onde Jonathan Kent, o pai adotivo de Clark Kent, diz ao filho para que ele tome cuidado em mostrar os seus super poderes a humanidade, e reforça que nem ela e nem mesmo ele estão preparados para lidar com todo aquele poder, e diz:
“ Cuidado! Eles terão medo de você.”
Na história do Homem-aranha, em uma conversa com seu sobrinho Peter Parker, Tio Bem, mesmo sem saber o que de fato estava acontecendo com ele, mas, notando que algo não estava normal, lhe diz:
“Cuidado! Grandes poderes exigem grandes responsabilidades.”
O mesmo acontece na história dos X-men, quando o professor Xavier diz aos seus alunos para que eles não saiam pelo mundo exibindo seus super poderes para os seres humanos porque eles irão temê-los ou até mesmo odiá-los por causa deles.
Ambas as histórias trazem em comum os cuidados que se deve ter em decorrência do fato de se adquirir poder, mas, algo que todas também trazem em comum é que uma vez que se adquire o poder, seus detentores não conseguem deixar de usá-lo.
O Homem-aranha, só é de fato o Homem-aranha porque lança suas teias. Assim como o Super-homem só é o Super-homem quando desafia a lei da gravidade ou enxerga através de paredes.
O Wolverine não consegue manter suas garras o tempo todo escondidas em seus punhos. A Tempestade precisa provocar uma chuvinha de vez em quando. Até o próprio professor Xavier não segura a tentação de bisbilhotar a mente de seus alunos.
“Uma vez adquirido o poder, não há como deixar de usá-lo.”
Agora, trazendo para um contexto real, assim também são estabelecidas as regras da hierarquia dentro do convívio social e, ou, governamental. A pessoa “manda” porque lhe foi concedido “poder” para mandar. E é claro que ela fará uso desse poder, porque do contrário, qual a finalidade de se adquirir poder e não "poder" usá-lo?
Vivemos em uma sociedade onde o poder é reverenciado e colocado como uma das coisas mais importantes a ser alcançado. Mais até que a própria felicidade, que passa a ser vista como um privilégio que só os que vivem na falsa ilusão de poder se julgam merecedores de usufruí-la.
Se o poder de um “chefe” dentro de qualquer organização se resume a dar ordens, ele dará ordens, e se tornará expert nisso. E assim como os conselhos dados aos nossos heróis imaginários, ele por sua vez, não terá nenhum cuidado em utilizar esse poder. E irá sim, assustar as outras pessoas, e irá sim, causar repulsa, ódio e rancor, por não ser ele um profissional suficientemente preparado para lidar com aqueles que estão sob sua liderança, porque confunde ter “poder” com ter “AUTORIDADE”.
Veja:
E assim como nas histórias de super-heróis, no fim eles são orientados a usarem seus poderes para o bem, não podemos esquecer dos vilões que utilizam de seus poderes para fazerem o mau, e aí está a escolha que se deve ser feita: Como fazer uso do poder que se é adquirido?
Por isso a importância de substituir o termo “poder” pelo termo “autoridade”, e de entendermos o quanto os dois se divergem.
Um “chefe” faz uso do poder, já um “LÍDER” de autoridade.
Não se deve jamais assustar as pessoas, e sim, atraí-las.
Não se deve colocar-se acima delas, e sim, tratar a todas com igualdade e empatia.
Assim como os heróis da ficção não passam de seres imaginários criados pela mente do homem, o poder também é algo imaginário criado da mesma forma. Já os líderes que temos seguido no decorrer da história, e dentre eles, aquele que mais nos influencia por sua autoridade e empatia, esses sim, são reais! E são eles os exemplos a serem seguidos na vida e no trabalho.
“O poder é uma arma que pode atingir a muitos, inclusive a você mesmo.”