Uma lição sobre gestão, liderança e relacionamento interpessoal.
por Alvaro Gomes
Havia uma casa onde a sua dona, uma senhora com algumas limitações devido a sua idade já avançada, necessitava de uma pessoa que a ajudasse em suas tarefas diárias.
Dentre as tarefas, estava cuidar de seus animais de estimação e de algumas plantas que ela tinha em seu quintal.
Os animais eram: Dois gatos (um persa e um siamês), três cães da raça “pitbull”, um cãozinho cujo nome era "Totó", e um papagaio.
As plantas eram uma primavera, uma roseira e um pequeno cacto.
Havia uma governanta que já estava na casa há bastante tempo. Ajudava sua patroa a cuidar de seus animais desde que eram apenas filhotes. E por estarem tanto tempo juntos, a relação de amor de “alguns” com a governanta era mútua.
Porém, um dia a Governanta precisou ir embora e uma outra precisou ser contratada para o seu lugar. E ao chegar à casa, logo foi orientada pela dona sobre toda a rotina e da responsabilidade que teria em cuidar dos animais e das plantas.
Quanto ao cuidado com as plantas, não havia segredo e tão pouco alguma dificuldade. Apenas com a primavera ela teria que ter uma atenção mais especial, porque ela necessitava de bastante água, e todos os dias seria necessário regá-la.
Já a roseira, ela regaria só de vez em quando, e a podaria poucas vezes ao ano.
O cacto praticamente passava despercebido, porque como sabemos, se trata de uma planta que não requer tantos cuidados.
Cuidar dos animais já seria algo que exigiria uma atenção diária, porém, também não lhe traria dificuldades extremas. A começar pelo papagaio, que a única coisa que fazia era ficar tagarelando o dia todo, repetindo tudo o que a dona da casa o ensinava a dizer. Para ele uma nova governanta não mudaria em nada a sua vida, contanto que mantivesse sua água e suas sementes de girassol.
Para os gatos também era indiferente a chegada de uma nova governanta, porque como sabemos, os gatos são tão individualistas que nem se importam com quem sai ou com quem fica, contanto que o seu cantinho preferido continue no mesmo lugar, juntamente com seu potinho de leite e sua ração diária.
O persa era o mais preguiçoso, passava quase o dia todo dormindo. Já o siamês era mais arredio, passava quase o dia inteiro na rua e só retornava ao entardecer. Não queria muita aproximação, nem fazia muita questão em saber quem cuidaria dele, contanto que cuidasse bem.
O Totó era o xodó da casa, aliás, foi o que ganhou de cara a afeição da nova governanta, afinal, todo Totó é “Totó!” Basta apenas um carinhosinho e ele já se entrega todo. Ele nem te conhece, mas já te ama.
O problema para a nova governanta era os três “pitbulls”. Ao se aproximar pela primeira vez, logo foi recebida com estranheza porque eles não a conheciam e porque já estavam muito acostumados com a antiga governanta.
Não seria fácil para ela conquistar o afeto logo de imediato, seria preciso construir uma relação de confiança entre ambos, o que com certeza levaria algum tempo.
Dos três, um parecia ser o mais agressivo. Sempre que a mulher se aproximava, logo era recebida com vários latidos, até que isso começou a incomodá-la.
O medo dos cães fez com que a nova governanta começasse a questionar a dona da casa sobre a necessidade de ter cães tão agressivos em seu quintal, e acabou convencendo a mulher a se desfazer de pelo menos um deles. E é claro que sobrou para o mais agitado.
Porém, ainda faltavam dois, que após a saída do primeiro, passaram a serem mais agressivos ainda porque assimilaram a falta do companheiro a figura da nova governanta.
Por essa razão, logo também foram retirados da casa, primeiro um, depois o outro.
O cenário estava do jeito que a nova governanta gostaria que estivesse. Haviam permanecido na casa somente os gatos, o papagaio, e claro, O Totó! Que logo ganhou um cantinho especial dentro da casa.
Certo dia, alguns ladrões invadiram a residência e ao perceberem que o local não era provido de nenhuma segurança, aproveitaram para roubar tudo que podiam.
Não houve resistência alguma. O Totó até tentou dar alguns latidos, mas, ao receber um chute de um dos homens, correu para debaixo da cama.
Já os gatos nem se mexeram. Com um dos olhos entreabertos e o outro fechado, notaram que o que estava acontecendo não era com eles, então voltaram a dormir.
Após pegarem tudo o que queriam, os ladrões deixaram a residência, e ainda não satisfeitos, levaram até o coitado do papagaio.
***Moral da história***
O GESTOR QUE SÓ SABE TRABALHAR COM OS TOTÓS, NUNCA IRÁ DESENVOLVER A LIDERANÇA.
POR MAIS DIFÍCIL QUE SEJA A CONSTRUÇÃO DE UM RELACIONAMENTO DE CONFIANÇA COM OS PITBULLS, ISSO NÃO TIRA DELES A SUA GRANDE E FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA.
UM VERDADEIRO LÍDER É CAPAZ DE DESENVOLVER UMA RELAÇÃO DE AMIZADE E RESPEITO COM TODOS QUE FAZEM PARTE DO SEU CONVÍVIO.
ELE JAMAIS TEME OS PITBULLS! PELO CONTRÁRIO, ELE OS CONQUISTA E OS MANTÉM POR PERTO, PORQUE RECONHECE O QUANTO ELES SÃO DE FATO NECESSÁRIOS.